Restaurante Casa do Peixe sobrevive à maior tragédia climática do estado e mantém viva a memória da região
Em meio ao cenário de destruição no bairro Navegantes, em Arroio do Meio (RS), um casarão de 117 anos chama a atenção por ter resistido às enchentes que devastaram a região em 2024. Construído originalmente como um moinho, o prédio abriga atualmente o restaurante Casa do Peixe, fundado na década de 1950 e reaberto em setembro do ano passado.
Mesmo com a água atingindo 8,5 metros de altura, a estrutura permaneceu intacta, segundo Solange Beatriz de Oliveira Schneider, que comanda o restaurante ao lado do marido, Darcísio Paulo Schneider. O imóvel já havia enfrentado outras grandes enchentes, como a de 1941, considerada até então a mais severa da história do estado.
Após a tragédia climática de 2024 — a maior já registrada no Rio Grande do Sul, com mais de 2,1 milhões de pessoas afetadas e pelo menos 147 mortes —, a família precisou remover lama e árvores do interior do casarão, mas decidiu seguir com o restaurante. A resistência da construção motivou estudos para seu tombamento como patrimônio estadual.
Enquanto o Casa do Peixe busca retomar o movimento, a cidade segue enfrentando os impactos da destruição. A prefeitura estima a necessidade de 700 novas moradias, das quais apenas 100 devem ser viabilizadas de forma imediata. As demais dependerão da criação de novos loteamentos fora das áreas de risco. No bairro Navegantes, um parque público linear será implantado no local onde antes havia residências, mas a reconstrução total pode levar anos.
Informações e foto Agência Brasil.