A safra de pinhão de 2025 no Rio Grande do Sul apresenta queda significativa na produção, o que já impacta diretamente no preço do produto nos mercados locais. Com um aumento de 28% no valor em relação ao ano anterior, a semente típica do inverno gaúcho chega com oferta limitada, especialmente nas cidades da Serra, onde a colheita começou no início de abril. O principal motivo é a produção cíclica da araucária, combinada com fatores climáticos adversos durante a floração e o crescimento das pinhas.
Nos Campos de Cima da Serra, área responsável por grande parte da produção estadual, os produtores relatam um ano de baixa colheita. Cambará do Sul, um dos polos da atividade, deve registrar uma retração de 20% na safra, totalizando apenas 50 toneladas em 2025. Em São José dos Ausentes, a queda estimada é de 10%. Já os municípios de São Francisco de Paula e Jaquirana, por outro lado, se destacam como exceções, com aumento de 20% na produção, atingindo juntos 200 toneladas.
A previsão da Emater é de que a colheita total no Rio Grande do Sul chegue a 860 toneladas até julho, um volume 16% inferior ao do ano passado. Na Serra, a expectativa é que cerca de 600 toneladas sejam coletadas, número que reforça a preocupação com a redução na oferta. Além disso, os grãos colhidos nesta safra estão menores e as pinhas apresentam menos sementes, o que agrava a situação para revendedores e consumidores.
Segundo especialistas da Emater, as variações climáticas entre os municípios contribuíram para um cenário irregular na produção. Mesmo localizados na mesma região, os produtores enfrentaram condições muito diferentes durante o ciclo da araucária, o que explica as oscilações de produtividade entre cidades vizinhas. O impacto disso já é sentido nos mercados, onde o preço elevado e a baixa oferta prometem tornar o pinhão um item mais raro nas mesas gaúchas neste inverno.