Com parecer favorável do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Justiça impede advogado investigado de deixar o Brasil
Com parecer favorável do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a Justiça acolheu o pedido da Polícia Civil e proibiu o advogado Daniel Nardon de sair do país. A decisão foi emitida na noite de sexta-feira, 9 de maio.
O advogado é acusado de contratar empréstimos fraudulentos e praticar a chamada “advocacia predatória”, que consiste no ajuizamento em massa de demandas judiciais com pedidos similares, baseados em narrativas genéricas, sem provas e com o objetivo de obter ganhos indevidos, que muitas vezes não são repassados aos clientes.
Nardon teve a prisão preventiva decretada e é considerado foragido. A Polícia Civil aguardava que ele se apresentasse na 2ª Delegacia da Capital, o que não ocorreu.
De acordo com a promotora de Justiça Anelise Haertel Grehs, responsável pelo parecer do MPRS, a agilidade no protocolo do parecer foi essencial para evitar a fuga do advogado. “Redigimos e protocolamos o parecer em minutos para garantir que ele não saísse do Brasil”, afirmou Annelise, que atua no Juizado de Garantias em Porto Alegre.
Entenda o caso
Na quinta-feira, 8 de maio, a Polícia Civil deflagrou a operação Malus Doctor, que mira um grupo de advogados suspeitos de fraudar ações judiciais e lesar clientes por meio de empréstimos bancários fraudulentos. Segundo as investigações, Nardon seria o líder do grupo, que teria movimentado R$ 50 milhões em operações irregulares.