A Brigada Militar (BM) tem investido fortemente em tecnologia para reforçar a segurança pública no Estado. Câmeras corporais, videomonitoramento inteligente, drones operacionais e reconhecimento facial fazem parte de uma nova estrutura digital que tem transformado o combate ao crime. Em Porto Alegre, o número de veículos roubados caiu de 40 por dia, em 2016, para apenas 1,8 em abril de 2025.
De acordo com o tenente-coronel Cristiano Moraes, comandante do Centro Integrado de Operações e Emergência (Copom), a inteligência artificial (IA) já faz parte da rotina dos policiais. “Realizamos várias prisões com apoio das câmeras. A IA detecta automaticamente situações suspeitas — como um cidadão armado ou alguém sendo rendido — e gera alertas em tempo real às viaturas”, explica o oficial.
Monitoramento em tempo real e vídeos na nuvem
O sistema do Copom integra cerca de 2.700 câmeras, além de mil câmeras corporais em uso na Capital, que já geraram 986 mil vídeos armazenados na nuvem em apenas oito meses — uma média superior a 4 mil gravações por dia. Cada guarnição em serviço conta com equipamento que grava áudio, vídeo e possui GPS, aumentando a transparência e reduzindo conflitos.
Outro avanço significativo é o uso de analytics comportamentais, que permite o monitoramento automatizado de padrões anômalos em vídeos, oferecendo mais precisão na identificação de situações suspeitas.
Drones e reconhecimento facial aumentam a eficácia das operações
Drones operacionais são empregados em grandes eventos e operações táticas, fornecendo visão aérea em tempo real ao centro de operações, o que agiliza decisões em campo. A BM também iniciou testes com reconhecimento facial, inicialmente voltados à localização de pessoas desaparecidas, mas com possibilidade de expansão para a identificação de foragidos.
Segurança dos dados e cercamento eletrônico completam o sistema
As informações geradas pelas tecnologias são protegidas por sistemas criptografados, incluindo as comunicações via rádio e ligações ao Copom. Um investimento de R$ 1 milhão garantiu a gravação e armazenamento digital seguro de todas as comunicações da central.
Outra ferramenta estratégica é o cercamento eletrônico, que monitora a entrada e saída de veículos em Porto Alegre. Graças a ele, foi possível recuperar cerca de 60% dos automóveis roubados e realizar diversas prisões. “O que conseguimos hoje não seria possível sem a tecnologia. Ainda contamos com o empenho das equipes nas ruas, mas a tecnologia tem sido crucial para reduzir crimes violentos e patrimoniais”, conclui Moraes.
Publicado na terça-feira, 27 de maio às 10h55min