Dom João Braz de Aviz, natural de Mafra, é apontado como um dos favoritos no conclave que definirá o novo líder da Igreja Católica
O cardeal brasileiro Dom João Braz de Aviz, natural de Mafra, em Santa Catarina, está entre os nomes cogitados para suceder o Papa Francisco, que faleceu em segunda-feira, 21 de abril. Aos 77 anos, ele é considerado um dos cardeais mais influentes do Brasil e tem trajetória reconhecida dentro do Vaticano, o que o coloca entre os principais papáveis — termo usado para designar cardeais com chances de serem eleitos papa.
Dom João ingressou no seminário aos 11 anos, no Paraná, e foi ordenado padre em 1972. Estudou Filosofia em Curitiba e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Atuou como bispo auxiliar em Vitória (ES) e, mais tarde, foi nomeado arcebispo de Brasília. Em 2011, foi chamado pelo então Papa Bento XVI para assumir o cargo de prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, órgão responsável por supervisionar as ordens religiosas no mundo.
Durante sua gestão, Dom João adotou uma postura de diálogo com setores mais progressistas da Igreja, incluindo apoio à Teologia da Libertação, o que lhe garantiu visibilidade internacional. Em 2010, manifestou apoio à Lei da Ficha Limpa durante uma celebração que reuniu cerca de 90 mil pessoas em Brasília.
Seu nome já havia sido mencionado como possível candidato ao papado no conclave de 2013, que elegeu o argentino Jorge Mario Bergoglio como Papa Francisco. Agora, com a nova convocação do conclave prevista para as próximas semanas, Dom João volta a ser lembrado como um dos brasileiros com potencial para assumir o comando da Igreja Católica.
Além de Dom João Braz de Aviz, outros dois cardeais catarinenses também participarão da eleição papal: Dom Leonardo Ulrich Steiner, de 74 anos, arcebispo de Manaus, e Dom Jaime Spengler, de 64 anos, arcebispo de Porto Alegre. Ambos têm direito a voto, por terem menos de 80 anos, conforme as regras do Vaticano.
O conclave será realizado na Capela Sistina, onde os cardeais eleitores ficam isolados até que um dos nomes receba ao menos dois terços dos votos. Não há prazo definido para o término do processo, que é conduzido em sigilo absoluto.