O governo do Rio Grande do Sul trabalha para lançar na próxima semana o novo edital de concessão do chamado bloco 2 das rodovias estaduais, com previsão de leilão até o final de outubro. A mudança de cronograma busca aproveitar um momento estratégico no cenário nacional, conforme explicou o secretário da Reconstrução, Pedro Capeluppi. A proposta sofreu alterações importantes para responder às críticas recebidas anteriormente, sobretudo em relação ao valor das tarifas de pedágio, que devem ficar abaixo dos R$ 0,23 por quilômetro inicialmente previstos.
A reformulação incluiu a revisão de obras como duplicações, que podem ser substituídas por terceiras faixas, o que afeta diretamente a estrutura de todo o trecho, que soma 415 quilômetros e cruza 32 municípios. Segundo Capeluppi, a equipe técnica ainda realiza simulações para garantir a viabilidade das mudanças e assegurar que o projeto atenda às demandas apresentadas por prefeitos e deputados. A expectativa é que, com essas atualizações, a resistência ao projeto seja consideravelmente reduzida.
Uma das estratégias discutidas para viabilizar tarifas mais baixas é o aumento da participação financeira do Estado por meio do Funrigs, atualmente com aporte previsto de R$ 1,3 bilhão. Esse valor poderá ser revisto em reunião com o governador Eduardo Leite na próxima semana. O edital, que havia sido prometido para abril, trará 24 praças de pedágio no modelo free flow e poderá ajustar o total de investimentos inicialmente estimado em R$ 6,7 bilhões, sendo a maior parte proveniente da concessionária vencedora.
Apesar de não depender de aprovação da Assembleia Legislativa, o governo pretende apresentar o novo texto aos parlamentares da base aliada, na tentativa de contornar o impasse político. Mesmo com as mudanças propostas, a bancada do PP segue resistente, defendendo o uso dos recursos públicos em obras emergenciais e não em concessões. A falta de resposta às sugestões já feitas aumenta a pressão por um adiamento da publicação do edital.