Estado decreta emergência em saúde pública para conter aumento de hospitalizações por doenças respiratórias no Rio Grande do Sul

Governo investe R$ 20,8 milhões na Operação Inverno Gaúcho com Saúde para reforçar assistência à saúde em meio ao agravamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)


O governo do Estado decretou emergência em saúde pública nesta segunda-feira, 19 de maio, em razão do aumento expressivo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente em crianças. O decreto, assinado pelo governador Eduardo Leite, será publicado no Diário Oficial do Estado na terça-feira, 20 de maio. A medida visa fortalecer a rede hospitalar e priorizar o atendimento pediátrico, diante do risco de saturação do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Secretaria da Saúde (SES) já havia anunciado neste mês um investimento de R$ 20,8 milhões na Operação Inverno Gaúcho com Saúde, a serem aplicados na Atenção Primária e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Os recursos serão pagos entre 30 de maio e 30 de junho, contemplando a ampliação de horários nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), contratação de profissionais e aquisição de insumos, além do reforço no atendimento das UPAs.

Segundo a secretária da Saúde, Arita Bergmann, o objetivo do decreto é fortalecer a rede hospitalar, com a disponibilização de leitos de UTI e suporte ventilatório. A validade do decreto é de 120 dias a partir da data de publicação.

De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), até esta segunda-feira, 19 de maio, o Estado registrou 4.099 hospitalizações por SRAG, das quais 305 evoluíram para óbito. Entre as crianças menores de cinco anos, foram contabilizadas 1.374 internações e dez mortes.

O cenário é agravado pela circulação simultânea de influenza, covid-19 e vírus sincicial respiratório (VSR), além da epidemia de dengue, que também pressiona o sistema de saúde. A incidência de influenza, por exemplo, saltou de 9 casos na Semana Epidemiológica 14 para 116 na Semana 18, um aumento superior a 1.100%. Já o VSR foi responsável por 495 hospitalizações, sendo 471 em crianças menores de cinco anos.

A operação prevê R$ 13,65 milhões para a Atenção Primária, com repasses entre R$ 20 mil e R$ 100 mil por município, e R$ 7,15 milhões para as UPAs, com valores entre R$ 70 mil e R$ 150 mil. A expectativa é que as medidas contribuam para a redução das filas de espera e o fortalecimento da capacidade de resposta do SUS durante o período crítico do inverno.

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