Filhos que mantinham corpo do pai são transferidos de hospital; um está em unidade psiquiátrica

Investigação aponta possível fraude em benefícios do INSS; estado mental dos suspeitos será avaliado

Dois irmãos foram internados em hospitais diferentes após manterem o corpo do pai morto por meses dentro da casa onde viviam, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. O caso chocou moradores e gerou uma investigação policial que agora envolve também a suspeita de fraude previdenciária. Os dois não comparecerão à audiência de custódia marcada para esta sexta-feira (23), onde seria avaliada a legalidade de suas prisões.

Um dos suspeitos foi encaminhado ao Hospital Psiquiátrico Philippe Pinel, em Botafogo, enquanto o outro foi levado ao Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz. Segundo a polícia, ambos apresentavam indícios de distúrbios psicológicos no momento da prisão e, por isso, foi solicitado um exame para avaliar sua sanidade mental. A situação despertou atenção das autoridades, tanto pelo estado de conservação do corpo quanto pelas circunstâncias que levaram à ocultação.

O corpo do idoso, de 88 anos, foi encontrado em estado avançado de decomposição no interior da residência, e uma análise inicial apontou que a morte teria ocorrido há pelo menos seis meses. A polícia acredita que motivações financeiras podem ter levado os filhos a manterem o cadáver escondido, já que o falecido recebia dois benefícios ativos do INSS, totalizando cerca de R$ 5 mil mensais.

A investigação agora foca em esclarecer se houve apropriação indevida desses valores durante o período em que o corpo permaneceu na casa. Para isso, os agentes solicitaram a quebra do sigilo bancário dos envolvidos e aguardam os resultados do laudo cadavérico para avançar no inquérito. A audiência de custódia acontecerá sem a presença dos irmãos, devido à internação hospitalar.

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