GAECO desmascara golpe dos nudes com uso de nomes de autoridades em operação em Gravataí

Operação teve como alvo um criminoso reincidente que extorquia vítimas em todo o Brasil fingindo ser autoridade do estado

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou na terça-feira, 27 de maio, a “Operação Verdade Nua”, em Gravataí, com o objetivo de combater um esquema de extorsão e falsa identidade. Um criminoso estava usando o nome e a imagem de autoridades estaduais para aplicar o chamado golpe dos nudes.

O investigado tentava extorquir vítimas, especialmente de outros estados, como o Nordeste, iniciando contato como se fosse um adolescente interessado em troca de fotos íntimas. Após receber o conteúdo, ele ou um comparsa se passava por autoridade da área jurídica, alegando ter sido acionado pela família do menor. Em seguida, exigia dinheiro sob o pretexto de evitar uma investigação criminal e até mesmo para custear um suposto tratamento psicológico.

Investigação iniciada em janeiro e ação conjunta com a Brigada Militar

A promotora de Justiça Maristela Schneider, coordenadora do 2º Núcleo do GAECO – Região Metropolitana, lidera a investigação iniciada em janeiro deste ano. A vítima desconfiou do golpe ao perceber o DDD 51 nas ligações e acionou o Ministério Público. Com autorização judicial, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do criminoso, com apoio da Brigada Militar e do cão farejador Tobias, que integra a equipe do GAECO.

A operação foi supervisionada pelo coordenador estadual do GAECO, promotor de Justiça André Dal Molin. A Justiça também autorizou quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático, além de bloqueios de contas bancárias e chaves pix utilizadas no esquema. O investigado, que já responde por tentativa de homicídio, usa tornozeleira eletrônica.

Alerta sobre o uso de nomes de autoridades

Segundo a promotora Maristela Schneider, os criminosos já se passaram por procuradores, juízes, policiais civis e militares, e alertou: “autoridades não entram em contato exigindo dinheiro de pessoas”, reforçando que tal conduta também caracteriza crime e deve ser denunciada.

Modus operandi do golpe: da intimidade à extorsão

O golpe teve início no Instagram, onde o criminoso se apresentava como adolescente. Após ganhar a confiança da vítima, o contato migrava para o WhatsApp, onde ocorriam as trocas de imagens íntimas. Em seguida, usando outro número, o golpista se passava por autoridade jurídica, acusando a vítima de envolvimento com menor de idade e exigia dinheiro para evitar processos ou exposição das imagens.

Como a vítima percebeu inconsistências na abordagem, não realizou os pagamentos e procurou o MPRS, que rapidamente iniciou a apuração.

Orientações de prevenção

  • Evite conversas íntimas com perfis desconhecidos;
  • Desconfie de flertes rápidos e insistência por fotos íntimas;
  • Analise o perfil da pessoa, veja se há poucas informações ou seguidores;
  • Exija videochamadas e proponha encontros públicos para verificar autenticidade;
  • Nunca transfira valores para pessoas desconhecidas.

Como denunciar

Antes de qualquer denúncia, é essencial registrar um boletim de ocorrência.

No Rio Grande do Sul, denúncias podem ser feitas ao MPRS pelo telefone (51) 3295-1100 (Porto Alegre) ou diretamente nas Promotorias de Justiça do interior. Também é possível denunciar pelo e-mail [email protected] ou através do canal de denúncias disponível no site do MPRS.

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