Grupo é acusado de fraudes envolvendo tratamentos de home care; operação Gollum revelou esquema com prejuízo estimado em R$ 35 milhões
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) denunciou nesta terça-feira, 13 de maio, 23 pessoas em Passo Fundo por envolvimento em um esquema de fraude e desvio de recursos do Estado e do IPE Saúde destinados a tratamentos de home care. A denúncia foi coordenada pelo promotor de Justiça Diego Pessi, responsável pela Operação Gollum, deflagrada em 4 de dezembro de 2024, em parceria com o promotor Manoel Figueiredo Antunes.
Segundo a investigação, os denunciados estão organizados em quatro núcleos: familiares de pacientes, prestadores de serviços, advogados e colaboradores. Os crimes atribuídos incluem organização criminosa, estelionato qualificado e falsidade ideológica. Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em empresas, escritórios de advocacia e residências na região.
O GAECO já havia realizado outra ação similar no mês passado, denominada Operação Home Cash, em que foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, resultando no bloqueio de R$ 35 milhões, sequestro de 29 imóveis e apreensão de dez veículos.
Investigação da Operação Gollum
A operação teve início após a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) identificar ordens judiciais que somavam R$ 35 milhões para tratamentos de home care. De acordo com o GAECO, a estrutura incluía equipamentos, medicação e atendimento multidisciplinar, mas foi constatado que parte dos recursos estava sendo desviada fraudulentamente.
A apuração identificou duas empresas suspeitas e um escritório de advocacia que facilitavam o repasse dos valores pelo Estado. O esquema incluía seis pais ou responsáveis por crianças e adolescentes, que se beneficiavam dos recursos destinados aos tratamentos domiciliares.