MTE resgata 14 trabalhadores em situação análoga à escravidão em colheita de batatas no RS

Fiscalização encontrou vítimas submetidas a condições degradantes e ameaças, em São José dos Ausentes

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 14 trabalhadores em situação análoga à escravidão durante uma operação de fiscalização realizada entre quinta-feira, 16, e sábado, 18 de maio, na localidade de Vila Silveira, zona rural do município de São José dos Ausentes, no interior do Rio Grande do Sul.

Com apoio da Polícia Federal, auditores-fiscais do Trabalho vinculados à Gerência Regional do Trabalho em Caxias do Sul encontraram os trabalhadores em situação precária. Eles haviam sido recrutados por um intermediário — conhecido como “gato” — para atuar na colheita de batatas.

Segundo a fiscalização, a maioria dos trabalhadores era oriunda do Maranhão e de outros estados, atraída por promessas de boas condições de trabalho, hospedagem gratuita e alimentação fornecida pelo empregador. No entanto, ao chegarem ao local, depararam-se com condições completamente diferentes das prometidas, o que foi confirmado durante a inspeção.

Foram constatadas diversas irregularidades, como a ausência de registro em carteira, o descumprimento das condições acordadas e a inexistência de condições mínimas de habitabilidade nos alojamentos. Os locais destinados à moradia dos trabalhadores apresentavam péssimas condições de higiene, sem camas, lençóis, cobertores ou armários. Em meio às baixas temperaturas, os trabalhadores dormiam com as mesmas roupas usadas durante a jornada, e alguns relataram ter comprado com recursos próprios os itens básicos de cama.

Além disso, os salários eram pagos por meio do intermediário, que descontava parte dos valores sob a justificativa de custear a alimentação, e não havia registro formal de vínculo empregatício. Ameaças de morte também foram relatadas por trabalhadores que tentaram se recusar a continuar no trabalho.

A ação faz parte do esforço contínuo do MTE no combate ao trabalho análogo à escravidão e à proteção dos direitos fundamentais dos trabalhadores brasileiros.

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego

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