Operação do GAECO e Polícia Penal desmonta esquema de corrupção no Presídio Estadual de São Borja

Servidor público é investigado por facilitar entrada de drogas e celulares em troca de dinheiro

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) e a Corregedoria da Polícia Penal deflagraram uma operação na quarta-feira, 28 de maio, para desarticular um esquema de corrupção no Presídio Estadual de São Borja (PESB), envolvendo um servidor público e detentos.

Segundo a investigação, o policial penal recebia dinheiro para permitir o ingresso de drogas, celulares e outros objetos ilícitos nas celas. Ao menos duas situações irregulares foram identificadas.

A Operação PESB2 teve alvos em São Borja, Itaqui e Farroupilha. Participaram da ação cerca de 80 agentes do GAECO, do Grupo de Ações Especiais (GAES) da Polícia Penal e da Brigada Militar, que cumpriram oito mandados de busca e apreensão, além da quebra de sigilos telemáticos, pessoais, bancários, fiscais e informáticos. As ações foram coordenadas pelo promotor de Justiça João Afonso Beltrame, responsável pelo 8º Núcleo Regional do GAECO – Central.

Na residência do policial penal investigado, alvo de um dos mandados, foi encontrada uma quantidade significativa de drogas, o que levou à sua condução até a Delegacia de Polícia. No presídio, também foram apreendidos celulares e entorpecentes nas celas de dois apenados ligados ao esquema.

Facção criminosa da Fronteira Oeste

De acordo com o promotor João Beltrame, o servidor público beneficiava uma facção criminosa da Fronteira Oeste. Os detentos envolvidos são líderes da organização e da galeria onde estão presos. Estão associados a crimes como homicídio, extorsão, corrupção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

O objetivo da operação foi cumprir o afastamento cautelar do servidor, apreender provas e verificar a extensão do envolvimento de outros criminosos. Já se sabe que o esquema vinha ocorrendo há pelo menos um ano.

Os crimes apurados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva. Em São Borja, foram cinco mandados de busca e apreensão, sendo três no presídio e dois em residências. Outros dois mandados foram cumpridos em Itaqui, na residência e veículo de uma mulher ligada ao grupo, e um em Farroupilha, também na casa de uma envolvida.

A operação também contou com a participação dos promotores de Justiça André Dal Molin (coordenador estadual do GAECO), Manoel Figueiredo Antunes, Laís Saboia Souto e Janice Katherine dos Santos Barros.

Flagrante com envelope suspeito

A investigação teve início após a Corregedoria da Polícia Penal informar ao GAECO que, em novembro do ano passado, o servidor foi flagrado por câmeras de segurança recebendo um envelope de dois detentos dentro da unidade prisional.

Na abordagem feita logo após o fato, o policial penal estava com cerca de R$ 1 mil nos bolsos do uniforme, o que levantou suspeitas e foi comunicado à direção do presídio e, posteriormente, ao Ministério Público. A apuração também indicou que o servidor mantinha contatos suspeitos com outros presos e pessoas de fora da prisão, possivelmente envolvidas em crimes.

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