Paulo Cupertino é condenado a quase um século de prisão por assassinato de Rafael Miguel e seus pais

Júri popular considerou o crime fútil e cruel; cúmplices foram absolvidos após alegação de que foram enganados pelo réu

O empresário Paulo Cupertino Matias foi condenado a 98 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato do ator Rafael Miguel e de seus pais, João Alcisio Miguel e Miriam Selma Miguel. O crime ocorreu em junho de 2019, na zona sul de São Paulo, e comoveu o país. O júri popular, composto por sete pessoas, concluiu que Cupertino agiu por motivo fútil e impossibilitou qualquer chance de defesa das vítimas ao atacá-las de surpresa.

O julgamento foi realizado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista, e se estendeu por dois dias. Na primeira sessão, foram ouvidas testemunhas e os três réus. Cupertino demonstrou nervosismo, negou ser o autor dos disparos e só respondeu às perguntas de sua própria defesa, se recusando a dialogar com os promotores. Mesmo assim, foi considerado o único responsável pelos homicídios.

Além do autor do crime, também foram levados a julgamento Wanderley Antunes Ribeiro Senhora e Eduardo José Machado, suspeitos de ajudarem Cupertino durante sua fuga, oferecendo dinheiro e abrigo. No entanto, os dois foram absolvidos a pedido do Ministério Público, que concluiu que eles foram manipulados e não tinham consciência plena da gravidade da situação.

A motivação do assassinato foi o relacionamento amoroso de Rafael Miguel com uma jovem de 18 anos, filha de Cupertino. Sete testemunhas foram ouvidas durante o processo, incluindo a ex-esposa do réu, que relatou comportamentos agressivos e episódios de violência doméstica. A sentença marca o desfecho de um caso que se tornou símbolo da violência familiar no Brasil.

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