Pneumonia silenciosa exige atenção: sintomas sutis escondem riscos graves
Especialistas alertam para a forma atípica da doença, que cresce no Brasil e pode ser subestimada por pais e profissionais de saúde

Um tipo de infecção pulmonar conhecida como pneumonia silenciosa tem despertado preocupação entre médicos e autoridades de saúde. Também chamada de pneumonia subclínica, assintomática ou atípica, essa forma da doença muitas vezes passa despercebida nos estágios iniciais, já que não provoca os sintomas clássicos associados à versão mais comum, como febre alta e tosse forte. Isso a torna particularmente perigosa, pois tende a ser identificada apenas quando já está em estágio avançado, aumentando as chances de complicações, principalmente em crianças.
Sinais discretos como cansaço excessivo, dificuldade para se alimentar, chiado no peito e febre baixa devem servir de alerta para os responsáveis. A infecção pode ser causada por bactérias como Mycoplasma sp. e Chlamydophila sp., além de vírus respiratórios, incluindo os da gripe e o Sars-CoV-2. Ainda que não seja considerada uma nova doença, essa manifestação menos evidente da pneumonia representa um desafio para os diagnósticos precoces e exige atenção redobrada por parte da população e dos profissionais da saúde.
Dados recentes apontam uma elevação nos números de internações e mortes por pneumonia no Brasil. Segundo o DataSUS, as hospitalizações aumentaram 5% em 2024 em comparação com o ano anterior, somando 701 mil casos. Já os óbitos subiram 12%, com mais de 73 mil mortes registradas. O estado de São Paulo apresenta um cenário ainda mais preocupante, com um crescimento de quase 13% nos óbitos, além de uma incidência significativa de casos sem febre, o que evidencia a presença de formas atípicas da infecção.
A explicação para o aumento desses quadros pode estar na retomada das atividades presenciais após o isolamento da pandemia. De acordo com especialistas, a interrupção do convívio social reduziu a exposição das crianças a microrganismos respiratórios, o que dificultou o desenvolvimento de imunidade. Agora, com a volta à rotina escolar, muitos estão mais suscetíveis. Enquanto isso, o diagnóstico ainda é feito por métodos convencionais, como ausculta e radiografia, já que exames laboratoriais mais específicos raramente alteram o tratamento adotado.