A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que não houve crime na morte de Edelvânia Wirganovicz, condenada pela participação no assassinato de Bernardo Uglione Boldrini. A mulher foi encontrada sem vida em abril, dentro da cela onde cumpria pena de 22 anos e 10 meses no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre. Em coletiva realizada nesta quinta-feira (29), as autoridades informaram que a apuração não encontrou indícios de violência ou envolvimento de terceiros. O inquérito será enviado ao Ministério Público, que avaliará o possível arquivamento do caso.
Edelvânia, que era amiga da madrasta de Bernardo, admitiu envolvimento no crime ocorrido em 2014, incluindo a ocultação do corpo do menino de 11 anos em uma cova improvisada. Segundo o delegado Gabriel Borges, relatos de outras detentas revelaram que ela apresentava sinais de sofrimento emocional, alimentando pensamentos suicidas por culpa e abandono familiar. Apesar de receber atendimento emergencial, ela não resistiu. A detenta vivia em área isolada da prisão, com pouco contato com outras internas.
O caso Bernardo chocou o país em 2014. O menino desapareceu em Três Passos, e seu corpo foi localizado dez dias depois, enterrado às margens de um rio. O júri popular realizado em 2019 condenou quatro pessoas: o pai Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e o irmão dela, Evandro Wirganovicz. As penas variaram de nove a 34 anos, com todos sendo responsabilizados pelo homicídio e pela ocultação do cadáver, exceto Evandro, condenado por homicídio simples. Atualmente, os demais envolvidos cumprem pena em diferentes regimes.