Projeto cultural idealizado por lideranças locais e apoiado pela UCS e Iphan busca reverter o desaparecimento do Talian e reforçar a identidade regional
Comemorar os 150 anos da imigração italiana na Serra Gaúcha é motivo de grande alegria para toda a população e um privilégio para os gestores dos municípios da região. Mais do que uma celebração, é um momento de homenagem aos milhares de imigrantes que desbravaram a mata e, com trabalho, fé e união familiar, construíram o capital humano, cultural, social e econômico que sustenta a região até hoje.
Este marco histórico também traz uma grande responsabilidade: a de dar continuidade ao sonho iniciado pelos colonos italianos, promovendo qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.
Dentro desse espírito, ganha destaque o projeto “Nos 150 Anos da Imigração, um esforço para salvar a Língua Talian”, idealizado por lideranças culturais, encampado pela AMESNE (Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste) e com o apoio da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O projeto propõe a criação, em cada município, de um Grupo de Trabalho que reúna as diversas experiências locais de preservação cultural, turismo, gastronomia, artesanato, jogos tradicionais e, especialmente, da Língua Talian. A proposta é discutir estratégias para a continuidade dessas ações e buscar formas de reverter a tendência de desaparecimento do idioma, que é um dos pilares da identidade regional.
Em setembro, os grupos compartilharão suas iniciativas em um grande encontro, que servirá para alinhar novos passos conjuntos e organizar uma pauta regional de necessidades e ações estruturantes.
“Quem sabe estejamos nós realizando com isso uma ação estruturante e que sirva para nos realimentar na condução das nossas políticas. Poderá ser a nossa grande contribuição para esta história, no marco dos 150 anos. Avanti sempre!”, destaca Sergio Chesini, prefeito de Garibaldi e presidente da AMESNE.