STF julga mais sete acusados por tentativa de golpe

Acusados são apontados como responsáveis por ações de desinformação e pressão contra o Exército para apoiar ruptura institucional

O Supremo Tribunal Federal deu continuidade, nesta terça-feira (6), ao julgamento de mais uma etapa das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) envolvendo uma tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. A sessão avalia se sete investigados devem se tornar réus por participação no chamado “núcleo 4”, grupo apontado por promover estratégias de desinformação para deslegitimar o processo eleitoral. A subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, destacou que os envolvidos tinham consciência do papel que exerciam para gerar instabilidade social.

Segundo a PGR, o núcleo 4 tinha como missão enfraquecer a confiança nas urnas eletrônicas e pressionar líderes militares, especialmente o então comandante do Exército, general Freire Gomes, a aderir ao plano golpista. Para isso, foram mobilizadas milícias digitais para intimidar o general e sua família, além de usar estruturas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o objetivo de monitorar e difamar opositores. Os sete acusados, entre militares, um policial federal e um engenheiro, respondem por crimes como organização criminosa armada, golpe de Estado, e dano ao patrimônio público.

O julgamento é conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux. Caso a maioria aceite a denúncia, os investigados passarão à condição de réus e responderão a ação penal com possibilidade de apresentar defesa e provas. Até o momento, 14 pessoas já foram transformadas em rés nas fases anteriores, e outros julgamentos estão marcados, com o número total de acusados podendo chegar a 34.

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