A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou na madrugada de terça-feira, 27 de maio, a operação Frater Malus, que resultou na prisão de três pessoas acusadas de envolvimento em um homicídio ocorrido em abril. A ação, conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DPHPP) de Porto Alegre, contou com o apoio da Polícia Penal e da Brigada Militar.
O caso ganhou repercussão pela sua brutalidade e pelos laços familiares entre os envolvidos. Segundo a investigação, uma jovem de 21 anos planejou matar a própria mãe e o padrasto, mas, diante da ausência deles no local do crime, acabou participando da execução do próprio irmão, de 17 anos, a mando de seu namorado — integrante de uma organização criminosa.
“Este caso tem a peculiaridade de ser um homicídio praticado por uma mulher envolvida no crime organizado em um contexto familiar”, explicou o delegado Gabriel Borges, titular da 1ª DPHPP.
O crime ocorreu na quarta-feira, 23 de abril, quando a suspeita foi conduzida até a residência da mãe por seu pai, acompanhada de outros dois criminosos. Ao não encontrarem as vítimas-alvo, o namorado da jovem, por videochamada, ordenou que o irmão dela fosse executado e que a casa fosse incendiada.
A motivação do crime está ligada a uma disputa entre facções rivais. A mãe da investigada mantém um relacionamento com um membro de um grupo criminoso contrário ao do companheiro da filha, o que teria intensificado o conflito.
Durante a operação, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em Viamão e em uma unidade prisional. A ação mobilizou 60 policiais civis, resultando na apreensão de um veículo e celulares.
Segundo o delegado Rafael Pereira, diretor da Divisão de Homicídios da Capital, “a prisão dos envolvidos neste homicídio é de suma importância para evitar o prosseguimento do conflito e responsabilizar os autores deste crime repugnante”. A principal suspeita foi reconhecida por moradores da região.
A jovem presa possui antecedentes por estelionato. Os outros dois envolvidos já tinham passagens por tráfico de drogas, homicídio doloso, roubo e ameaça. Todos os capturados foram encaminhados ao sistema prisional.
O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Mario Souza, destacou que a prisão reforça o compromisso da polícia com a elucidação de crimes violentos:
“A Polícia Civil vai colocar toda sua energia em cada morte que ocorrer, para elucidar e prender todos os envolvidos”.
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