A despedida de um prodígio: Douglas Mendes, o violinista que emocionou fronteiras

Reconhecido como o violinista mais rápido do Brasil, Douglas Mendes faleceu neste sábado após corajosa luta contra o câncer, deixando um legado de talento, inovação e superação

Douglas Mendes, conhecido por sua impressionante trajetória musical entre Sant’Ana do Livramento e Rivera, faleceu no último sábado (7) após enfrentar um câncer com coragem e determinação. O artista ficou famoso por sua atuação no Grupo Sinfonia Gaúcha ao lado de Luiz Cardoso, além de gravações com o cantor uruguaio Lucas Sugo. Ao longo da carreira, participou de inúmeros eventos culturais e sociais na fronteira, conquistando reconhecimento por sua habilidade e carisma.

A batalha pela vida foi tão intensa quanto sua entrega à música. Diagnosticado com câncer no ano passado, Douglas passou por sessões de quimioterapia e uma cirurgia complexa para retirada do tumor, que infelizmente não pôde ser totalmente removido. Em estado debilitado, ele chegou a iniciar uma campanha online para arrecadar fundos destinados ao tratamento e a um procedimento urgente nos rins, que acabou não se concretizando a tempo.

A história de Douglas começou em Encruzilhada do Sul, e ganhou força a partir de 2007, quando por acaso trocou o violão pelo violino — uma escolha que mudaria o rumo de sua vida. Em pouco tempo, passou a se apresentar em rodeios, ingressou como professor em academia de música e se destacou em orquestras. Sua velocidade ao tocar rendeu-lhe, em 2016, o título de violinista mais rápido do Brasil, segundo o RankBrasil, ao executar a peça “Flight of the Bumblebee” com 20,2 notas por segundo.

Douglas Mendes somou 17 prêmios em festivais de música gaúcha, e foi apontado entre os 10 melhores violinistas do mundo pelo site Musicsson. Com atuações que mesclavam inovação e tradição, como o projeto ‘Firelive Violino Live’ com DJ Leandro Festinally, ele rompeu barreiras ao inserir o violino nos ritmos nativistas gaúchos. Sua ausência deixa um vazio irreparável na música regional, mas seu legado permanece como símbolo de talento, persistência e amor à arte.

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