A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou nesta terça-feira (24) a cassação do Certificado de Operador Aéreo (COA) da Voepass, que permanecerá em vigor por dois anos. A medida foi tomada após a análise de recurso apresentado pela companhia e está diretamente ligada ao acidente ocorrido em agosto de 2024, na cidade de Vinhedo (SP), no qual 62 pessoas perderam a vida. Durante esse período, a empresa está proibida de realizar voos regulares.
A decisão da Anac veio após a identificação de falhas graves na manutenção das aeronaves da companhia. O relatório apontou que 20 inspeções obrigatórias não foram feitas em sete aviões, além da realização de mais de 2.600 voos em condições irregulares. Apesar da severidade das irregularidades, a agência optou por reduzir a multa aplicada à empresa, que caiu de R$ 570 mil para um valor inferior, não detalhado na decisão final.
A defesa da Voepass, representada pelo advogado Gustavo de Albuquerque, destacou que a punição imposta pela agência compromete os esforços de recuperação judicial da companhia. A empresa, que acumula dívidas superiores a R$ 400 milhões, já estava com suas operações suspensas desde março. A Voepass operava em 16 destinos, e cerca de 85% dos 106 mil passageiros afetados já foram atendidos com reacomodação ou reembolso, conforme informou a Latam, sua parceira em acordo de codeshare.
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