Arsênio: o veneno invisível por trás de mortes em São Paulo e Rio Grande do Sul

A morte da adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, após ingerir um bolo de pote contaminado com arsênio, na Grande São Paulo, reacendeu o alerta sobre os perigos desse elemento químico. Segundo a polícia, o doce foi enviado por uma amiga da vítima, e a perícia confirmou a presença do veneno. O caso está sendo investigado como suspeita de envenenamento.

No final de 2024, outro episódio semelhante ocorreu no Rio Grande do Sul, quando três pessoas da mesma família morreram após consumirem um bolo de Natal envenenado com arsênio. Em ambos os casos, os sintomas surgiram poucos minutos após a ingestão do alimento.

O que é o arsênio?
O arsênio é um elemento químico natural, encontrado no solo, na água, em plantas, no ar e até em alimentos. Em quantidades mínimas e dentro dos limites legais, ele não oferece riscos à saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regula esses níveis. Exemplos de limites permitidos:

• Arroz: até 0,30 mg por quilo
• Açúcar: até 0,10 mg por quilo
• Café solúvel: até 0,50 mg por quilo

Porém, em altas concentrações, como nos casos recentes, o arsênio é letal.

Onde o arsênio é utilizado legalmente?
Apesar de perigoso, o arsênio tem usos autorizados em diversas áreas:

• Indústria: na produção de vidro, tintas, papel e tecidos
• Agricultura: como fungicida e herbicida
• Medicina: no tratamento de certos tipos de câncer, como a leucemia (em doses controladas)

A compra é restrita a empresas com CNPJ, mediante autorização, registro de uso e justificativa. A venda da substância é rigidamente controlada.

Sintomas de intoxicação por arsênio
A exposição ao arsênio provoca sintomas intensos nas primeiras horas após o contato:

• Náuseas e vômitos
• Dores abdominais
• Diarreia intensa
• Alterações no ritmo cardíaco
• Tosse e dor no peito
• Inchaço e vermelhidão na pele
• Formigamento nas mãos e pés

Sem atendimento médico rápido, a intoxicação pode levar à morte.

Com informações de AratuOn