Bolsonaro admite repasse de R$ 2 milhões ao filho Eduardo para custear vida nos EUA

Ex-presidente afirmou que valor foi enviado com recursos doados via Pix em 2023 e negou lobby internacional contra autoridades brasileiras

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 5 de junho, que transferiu R$ 2 milhões ao filho Eduardo Bolsonaro, que atualmente vive nos Estados Unidos. A declaração foi feita após depoimento prestado à Polícia Federal, em Brasília, no inquérito que apura a atuação de Eduardo em possíveis ações contra autoridades brasileiras.

“Eu botei R$ 2 milhões na conta dele. Lá fora tudo é mais caro. Eu tenho dois netos. Ele está lá, não quero que passe dificuldades”, disse Bolsonaro a jornalistas. O valor, segundo ele, foi retirado dos R$ 17,2 milhões recebidos por meio de doações via Pix entre janeiro e junho de 2023.

O ex-presidente chegou à sede da Polícia Federal pouco depois das 14h30, com o depoimento marcado para as 15h. O inquérito, aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), apura se Eduardo cometeu crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o depoimento de Bolsonaro e quer esclarecer se o ex-presidente foi diretamente beneficiado pelas ações do filho. Moraes também é relator de processos relacionados à tentativa de golpe de Estado e à disseminação de fake news.

Bolsonaro negou qualquer tipo de lobby de Eduardo junto ao governo norte-americano para impor sanções contra autoridades brasileiras. “Não existe sancionamento por lobby. É tudo por fatos”, declarou. O ex-presidente também alegou perseguição política: “Para mim, a perseguição continua”.

Sobre o depoimento que prestará diretamente ao ministro Alexandre de Moraes na próxima semana, Bolsonaro demonstrou confiança: “Acho excelente falarmos ao vivo sobre golpe de Estado. Estou muito feliz”.

Ele também se defendeu de suspeitas de envolvimento com a deputada Carla Zambelli, que teve o nome incluído na lista da Interpol após deixar o país. “Não botei dinheiro no Pix dela. Acompanhei o caso pela imprensa”, afirmou.

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