O Supremo Tribunal Federal iniciou nesta segunda-feira (9) uma série de interrogatórios com os oito acusados de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deverá ser ouvido entre quarta (12) e quinta-feira (13), a depender do andamento dos depoimentos anteriores. As sessões ocorrem em Brasília, das 14h às 20h, com participação presencial dos réus, exceto o general Braga Netto, que está preso e será ouvido por videoconferência.
A ordem das oitivas segue uma sequência alfabética, com exceção de Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que será o primeiro a depor. Na sequência, comparecem Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno. Com isso, Bolsonaro será o sexto a prestar depoimento ao STF, diante do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Primeira Turma. A audiência será transmitida ao vivo pelo canal da TV Justiça e também pelo portal ND Mais.
Durante os interrogatórios, os réus podem ser questionados por Moraes, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e por seus advogados de defesa. No entanto, não são obrigados a responder às perguntas e têm o direito de permanecer em silêncio. As acusações incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa, com penas que variam entre 3 e 12 anos para cada crime.
Encerrada esta etapa, o processo entrará em fase final. A Procuradoria-Geral da República e as defesas ainda poderão solicitar novas diligências, caso surjam fatos relevantes. Não havendo novos pedidos, o ministro Moraes abrirá prazo para apresentação das alegações finais. Depois disso, ele elaborará seu voto e enviará o caso para julgamento dos demais ministros da Primeira Turma do STF, com expectativa de decisão ainda em 2025.