A Câmara dos Deputados aprova projeto que atualiza a tabela do Imposto de Renda e eleva isenção para trabalhadores com renda mensal de até R$ 3.036; proposta para ampliar a isenção até R$ 5 mil sofre atraso por tensão entre governo e Congresso.
A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira, 25 de junho, o projeto de lei que atualiza a tabela mensal do Imposto de Renda, ampliando a faixa de isenção para quem recebe até R$ 3.036, valor correspondente a dois salários mínimos, com vigência a partir de maio deste ano.
Na prática, a medida mantém a tabela corrigida pela Medida Provisória 1294/25, editada em abril pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que perderia a validade em agosto. A atualização considera o novo piso nacional, que subiu para R$ 1.518 em 2025.
A mudança será percebida pelos contribuintes na declaração do Imposto de Renda 2026, com impacto fiscal estimado em R$ 3,29 bilhões neste ano, R$ 5,34 bilhões em 2026 e R$ 5,73 bilhões em 2027, segundo a Receita Federal.
O projeto, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE) e relatado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), foi aprovado sem alterações no texto e segue para o Senado.
Veja como fica a nova tabela do Imposto de Renda: a base de cálculo para isenção passa de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80. Com o desconto simplificado de R$ 607,20, ficam isentos contribuintes com renda mensal de até R$ 3.036. A alíquota do imposto sobe progressivamente, chegando a 27,5% para quem tem base de cálculo acima de R$ 4.664,68.
Enquanto isso, a proposta de ampliar a isenção para quem ganha até R$ 5 mil teve a tramitação adiada. O relator, Arthur Lira, decidiu postergar a entrega do parecer prevista para sexta-feira, 27 de junho, em meio ao mal-estar entre governo e Congresso Nacional. O clima tenso se intensificou após a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que levou o governo a considerar acionar o Supremo Tribunal Federal (STF).