Chuva intensa ameaça Metade Norte do RS no fim de semana
Volumes podem chegar a 150 mm em algumas regiões, elevando riscos de alagamentos, enchentes e deslizamentos

O Rio Grande do Sul terá mudanças significativas no clima a partir deste sábado, com o retorno de chuvas volumosas principalmente na Metade Norte, o alerta é da Metsul. Após uma sexta-feira ensolarada e de rios em declínio, a previsão indica que áreas como Missões, Noroeste, Planalto Médio, Serra, Campos de Cima da Serra e Litoral Norte terão acumulados entre 50 mm e 150 mm, com possibilidade de marcas ainda mais elevadas em pontos isolados. Essa chuva intensa ocorre em um momento crítico, pois diversos rios seguem acima da cota de inundação, aumentando a preocupação com o agravamento das enchentes.
No sábado, a instabilidade começa pela manhã em parte da Metade Norte, ganhando força no período da tarde e noite, enquanto no domingo a chuva tende a se intensificar especialmente entre a madrugada e manhã. O fenômeno climático será resultado do encontro de ar quente em altitude vindo de Santa Catarina e Paraná com o ar frio presente no Sul, além da atuação de um centro de baixa pressão na costa, organizando uma frente fria sobre a região. A partir de segunda-feira, o tempo volta a firmar na maior parte do estado, mas ainda haverá chance de garoa passageira no Leste e Nordeste.
Os volumes previstos podem trazer novos repiques de cheia em rios como Taquari, Caí, Paranhana, Sinos e Gravataí, cujas nascentes recebem os maiores acumulados de chuva. No caso do Guaíba, a expectativa é de nova elevação ao longo da próxima semana, com os picos ocorrendo entre terça e quinta-feira, embora sem repetir os níveis extremos de maio de 2024. Mesmo com essa redução em comparação a eventos anteriores, as projeções apontam riscos elevados para alagamentos em Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada e bairros baixos de Porto Alegre, principalmente devido ao represamento das águas.
Modelos meteorológicos europeus, alemães e britânicos indicam que, em algumas localidades, os acumulados podem atingir 100 mm em apenas 12 horas, potencializando riscos de alagamentos repentinos, deslizamentos de terra em encostas e queda de barreiras. Apesar da diminuição dos volumes previstos para a Grande Porto Alegre – que agora variam entre 30 mm e 75 mm – o cenário ainda exige atenção, pois a chuva nas nascentes tem maior impacto no nível dos rios, o que pode comprometer a segurança de áreas urbanas vulneráveis nos próximos dias.