Desaprovação a Lula atinge recorde e reflete desgaste em diferentes setores da população
Levantamento aponta queda na aprovação e críticas à condução do governo em áreas sensíveis

A desaprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 57%, o maior índice desde o início do atual mandato, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (4). A aprovação caiu para 40%, o nível mais baixo até agora, enquanto 3% não souberam ou preferiram não responder. O levantamento, feito com 2.004 entrevistados entre os dias 29 de maio e 1º de junho, mostra sinais de desgaste especialmente entre católicos (53% de rejeição) e eleitores com ensino fundamental, onde há empate técnico entre aprovação e reprovação. Regionalmente, o presidente recuperou fôlego apenas no Nordeste (54% de apoio), enquanto o Sudeste (64%) e o Sul (62%) concentram os maiores índices de rejeição.
Além da queda geral na aprovação, a pesquisa revela forte crítica à gestão em temas específicos, como o escândalo de desvios no INSS, atribuído ao governo por 31% dos entrevistados, e a manutenção do IOF sobre compra de dólar, vista como erro por metade dos respondentes. A rejeição é maior entre homens (59%), brancos (62%) e jovens (60%), embora ainda haja apoio entre beneficiários do Bolsa Família (51%) e eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022 (74%). No geral, 43% avaliam o governo como negativo, e 61% acreditam que o país está indo na direção errada — número que reforça a percepção de que o atual mandato tem enfrentado crescente insatisfação popular.