Entenda por que a taxa Selic subiu para 15% e o que isso muda na sua vida


O Banco Central decidiu elevar a taxa Selic para 15% ao ano, marcando o maior nível desde 2006. A medida foi tomada de forma unânime pelo Comitê de Política Monetária (Copom), após mais um aumento de 0,25 ponto percentual. Essa foi a sétima alta consecutiva desde agosto do ano passado, quando os juros estavam em 10,5%. O movimento reflete a tentativa de conter a inflação, que segue pressionada e já ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo governo.

No último mês, o IPCA — indicador oficial de inflação — subiu 0,26%, acumulando alta de 5,32% nos últimos 12 meses, superando a meta máxima de 4,5%. Segundo o novo regime de metas contínuas, esse controle é avaliado mensalmente com base na inflação anualizada. Apesar da forte elevação da Selic, o Copom indicou que poderá manter a taxa nos próximos encontros, para observar os efeitos dos aumentos anteriores, mas não descarta novas elevações caso a inflação persista.

A decisão afeta diretamente o dia a dia dos brasileiros. Empréstimos, financiamentos e dívidas no cartão ficam mais caros, dificultando o acesso ao crédito e diminuindo o consumo. Com menos compras e investimentos, a atividade econômica desacelera, elevando o risco de recessão. A população de menor renda é a mais prejudicada, enquanto o governo também sente o impacto com o aumento dos juros sobre a dívida pública.

Por outro lado, a alta da Selic também traz efeitos positivos — ainda que limitados. O principal é o controle da inflação, já que os juros altos desestimulam o consumo e reduzem a pressão sobre os preços. Além disso, o Brasil se torna mais atrativo para o capital estrangeiro, que busca retornos maiores em países com juros elevados. No entanto, analistas do mercado, como mostra o boletim Focus, já projetam uma inflação de 5,25% até o fim do ano, acima do teto da meta e ainda distante do ideal estabelecido pelas autoridades monetárias.

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