Irã celebra ‘vitória’ e diz que Israel foi forçado a aceitar cessar-fogo após ofensiva

Teerã afirma que ataque de Israel e EUA fracassou e promete resposta a novas agressões; Trump defende ação militar como fator decisivo para trégua

Na manhã desta terça-feira, 24 de junho, o Conselho Supremo da Segurança Nacional do Irã divulgou comunicado em que celebra a “vitória” sobre Israel, afirmando que a resposta de Teerã à agressão de Tel Aviv obrigou o governo de Benjamin Netanyahu a aceitar o cessar-fogo anunciado pelos Estados Unidos.

“As Forças Armadas da República Islâmica do Irã responderam ao comando do Líder Supremo da Revolução Islâmica e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas com bravura exemplar, esmagando cada ato maligno do inimigo”, destacou a nota oficial. O texto também mencionou o ataque à base militar dos EUA em Al-Udeed, no Catar, assegurando que a reação iraniana foi “oportuna e proporcional”.

O comunicado ressaltou ainda que “a vitória forçou o inimigo a se arrepender e aceitar a derrota e interromper unilateralmente sua invasão”. Apesar da trégua, o Irã acusou Israel de ter violado o cessar-fogo com um ataque na manhã de hoje e prometeu reagir a qualquer nova agressão.

Por outro lado, o governo dos EUA apresentou versão diferente sobre os eventos. O presidente Donald Trump declarou que o ataque americano às instalações nucleares iranianas no último sábado, 21 de junho, foi o fator que levou ao cessar-fogo. “Israel e Irã vieram até mim, quase simultaneamente, e disseram: ‘Paz!’ O mundo e o Oriente Médio são os verdadeiros vencedores”, afirmou. Trump disse ainda que a ofensiva americana foi decisiva para inviabilizar as instalações nucleares iranianas, embora especialistas e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) apontem que os danos reais ainda são incertos.

Na última segunda-feira, 23 de junho, Netanyahu afirmou que Israel estava “muito próximo” de neutralizar o programa nuclear e de mísseis balísticos do Irã, e defendeu a derrubada do regime iraniano.

Enquanto isso, o Irã reforça que seu programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos e que continuará os esforços para restaurar suas atividades nucleares, segundo informou o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI). “A indústria nuclear está profundamente enraizada no Irã e é impossível para os inimigos erradicarem essa tecnologia”, declarou.

O conflito se intensificou após o ataque surpresa de Israel ao Irã no último sexta-feira, 13 de junho, ampliando a guerra no Oriente Médio. Os EUA atacaram as usinas nucleares iranianas de Fordow, Natanz e Esfahan na madrugada do último sábado, 21 de junho. O Irã, signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, nega qualquer intenção de produzir armamento atômico, embora a AIEA tenha apontado descumprimentos em suas obrigações, sem apresentar provas de desenvolvimento de armas.

Israel, por sua vez, mantém há décadas um programa nuclear não declarado, com estimativas de possuir cerca de 90 ogivas atômicas, conforme indicam diversas fontes históricas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo