Médico é condenado a 30 anos por abusos sexuais durante partos no Rio
Crimes foram filmados por enfermeiras após desconfianças sobre sedação excessiva; caso levou à revisão de protocolos em maternidades

Um médico anestesista foi condenado a 30 anos de prisão em regime fechado por ter abusado sexualmente de duas pacientes durante cesarianas realizadas em um hospital público da Baixada Fluminense. O julgamento, ocorrido nesta semana, estabeleceu ainda o pagamento de indenizações de R$ 50 mil a cada uma das vítimas por danos morais. Os crimes ocorreram em 2022, enquanto as mulheres estavam inconscientes sob efeito de anestesia.
As denúncias surgiram após a equipe de enfermagem notar condutas suspeitas, como o uso excessivo de sedativos e a apresentação com nome falso. Para esclarecer as dúvidas, os profissionais instalaram discretamente um celular na sala de cirurgia. As gravações revelaram o anestesista cometendo os abusos enquanto o campo cirúrgico impedia a visão dos demais presentes.
O caso teve grande repercussão nacional e resultou em mudanças significativas. O registro profissional do condenado foi cassado definitivamente em 2023 pelo conselho regional de medicina. Antes disso, ele atuava em diferentes unidades de saúde do estado como ginecologista, obstetra e clínico, além de ser sócio de uma clínica particular.
Dois anos após a prisão em flagrante, a decisão da Justiça é vista como um marco no enfrentamento da violência obstétrica e ressalta a importância da vigilância e do comprometimento das equipes hospitalares na proteção das pacientes. A defesa ainda pode recorrer da sentença.