Bira Presidente, um dos nomes mais importantes da música popular brasileira, faleceu na noite de sábado, 14 de junho, aos 88 anos. O artista estava internado no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, enfrentando um quadro de saúde complicado. Diagnosticado com câncer de próstata e sofrendo de Alzheimer, o sambista vinha recebendo cuidados intensivos nos últimos meses.
A trajetória de Bira Presidente se confunde com a própria história do samba contemporâneo. Nascido Ubirajara Félix do Nascimento em 1937, no Rio, ele foi um dos responsáveis pela fundação do bloco Cacique de Ramos, em 1961, junto com familiares e amigos. O grupo, nascido em meio às rodas de samba do bairro de Ramos, tornou-se um dos maiores símbolos culturais do Brasil, com a famosa sede “Doce Refúgio” como ponto de encontro de grandes nomes do gênero.
Sua influência não parou por aí: Bira também ajudou a criar o grupo Fundo de Quintal, que trouxe uma nova sonoridade ao samba, ao incorporar instrumentos inovadores como o tantã, o repique de mão e o banjo. Essa reformulação ajudou a modernizar o ritmo e atraiu novas gerações de músicos e ouvintes, consolidando o grupo como referência nacional.
O legado de Bira permanece vivo não apenas nas canções, mas também nas instituições que ajudou a construir. Ele deixa duas filhas, Karla Marcelly e Christian Kelly, além dos netos Yan e Brian e da bisneta Lua. O velório e o sepultamento serão anunciados em breve pela família. Cacique de Ramos e Fundo de Quintal lamentaram profundamente a perda do artista, exaltando sua ética, firmeza e contribuição histórica ao samba e à cultura popular brasileira.