Padre Fábio de Melo é denunciado ao Vaticano após polêmica em cafeteria de Santa Catarina

Ex-funcionário demitido entra na Justiça e representação é enviada à Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma

O episódio envolvendo o padre Fábio de Melo e um ex-funcionário da cafeteria Havanna, em Joinville (SC), ganhou novos desdobramentos e agora repercute também nos âmbitos judicial e religioso. O ex-gerente, demitido após um desentendimento com o religioso, move uma ação contra a empresa e também contra o próprio padre. Além disso, o nome de Fábio de Melo passou a constar em uma denúncia formal encaminhada ao Vaticano.

Segundo informações da imprensa, um bispo de Santa Catarina encaminhou uma representação à Congregação para a Doutrina da Fé, em Roma, alegando condutas supostamente “incompatíveis com os valores esperados de um líder cristão”. A denúncia teria sido motivada pela repercussão de vídeos que mostram a discussão entre o padre e o funcionário no interior da cafeteria.

Até o momento, o Vaticano não se manifestou publicamente sobre o caso. No entanto, o fato de a denúncia ter sido oficialmente registrada faz com que o episódio entre para os arquivos da Igreja, podendo influenciar futuras análises sobre a atuação do padre como figura religiosa.

Do outro lado, o ex-funcionário afirma que sua vida foi destruída após a demissão. Em entrevista televisiva, ele relatou consequências emocionais severas, como depressão, diagnósticos de três síndromes, crises de ansiedade e abandono da faculdade. “Eu só queria trabalhar”, disse, emocionado.

A defesa do ex-funcionário acusa a cafeteria Havanna de omissão, alegando que a empresa teria se eximido da crise, responsabilizando exclusivamente o funcionário e sem oferecer apoio psicológico ou jurídico. Foi ajuizada uma ação por danos morais e trabalhistas.

Por meio de nota à imprensa, padre Fábio de Melo lamentou o desfecho e declarou que “jamais teve a intenção de causar mal a ninguém”. Também criticou os julgamentos apressados nas redes sociais e afirmou manter sua crença no diálogo e no perdão.

Apesar do tom conciliatório, a entrada da Igreja Católica no debate — ainda que de maneira institucional e sem declaração da Santa Sé — confere um novo peso à situação. Agora, além das consequências emocionais, o ex-funcionário também busca reconhecimento jurídico para o que considera uma injustiça.

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