Polícia Federal investiga voos suspeitos em esquema bilionário de fraudes no INSS

Autoridades apuram uso de viagens nacionais e internacionais para transporte de dinheiro vivo ligado a fraudes contra aposentados

A Polícia Federal está investigando um possível esquema de transporte de dinheiro em espécie por meio de voos comerciais, suspeita que surgiu no contexto de uma fraude bilionária envolvendo aposentados do INSS. O foco das apurações são os deslocamentos frequentes entre Brasília e Belo Horizonte, realizados por um empresário ligado a entidades sob investigação, cujas sedes estão localizadas nessas cidades. As viagens coincidem com movimentações financeiras expressivas nas contas das instituições, levantando a hipótese de que o transporte de valores possa ter ocorrido durante esses percursos.

As viagens foram realizadas em meio ao auge do esquema de descontos indevidos em mensalidades associativas, período em que os call centers vinculados às entidades aumentaram suas atividades. Ex-funcionários relataram que os deslocamentos envolviam grupos de colaboradores, que recebiam benefícios como jantares caros e perfumes importados. Segundo a PF, o padrão logístico identificado nas viagens — com grande frequência e número elevado de passageiros — pode indicar uma estratégia organizada para o transporte de grandes quantias em dinheiro, estimadas em até R$ 5 milhões por pessoa em bagagens de mão.

A investigação também inclui viagens internacionais feitas por alguns dos envolvidos, incluindo destinos como Argentina, Miami e Panamá, com estadias muito curtas. A PF suspeita que essas rotas podem estar ligadas a tentativas de ocultar valores em paraísos fiscais. Além disso, registros bancários revelam que milhões de reais circularam entre contas pessoais e de empresas ligadas ao grupo, com transferências destinadas a outros indivíduos próximos ao esquema.

Ao todo, as transações investigadas superam R$ 10,5 milhões, movimentados por pessoas e empresas associadas às entidades sob suspeita. A Polícia Federal continua analisando documentos, depoimentos e movimentações financeiras para identificar a extensão do esquema e seus principais beneficiários.

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