A madrugada de terça-feira, 24 de junho, promete ser de atenção máxima para agricultores e moradores do Sul do Brasil devido ao risco de geada negra, fenômeno que combina vento moderado a forte com temperaturas muito baixas, abaixo de zero em vários pontos da região, o alerta é da Metsul. As áreas mais suscetíveis são as de maior altitude, como as serranias e planaltos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do Planalto de Palmas, no Paraná. O fenômeno, embora não apresente gelo visível, pode provocar danos severos à vegetação devido ao congelamento interno dos tecidos das plantas.
A geada negra ocorre quando a combinação de ar gelado, vento e baixa umidade impede a formação de orvalho e cristais de gelo típicos da geada branca. O vento retira o pouco calor que os vegetais conseguem reter, intensificando os danos e levando à morte das folhas e caules, que escurecem nas horas seguintes ao evento. Esse tipo de geada é especialmente temido pelos agricultores, já que culturas como café, milho, trigo e hortaliças estão entre as mais vulneráveis às baixas temperaturas e à ação do vento frio.
Históricamente, a geada negra já causou grandes prejuízos econômicos no Sul do país, como ocorreu em julho de 1975, quando lavouras de café no Paraná foram devastadas. O fenômeno tende a se manifestar no outono e inverno, sempre associado à chegada de massas de ar polar com ventos moderados a fortes. A orientação dos meteorologistas é para que produtores e moradores da região redobrem a atenção e adotem medidas preventivas para minimizar os impactos dessa madrugada gelada.