STF se prepara para julgar Bolsonaro e aliados no caso da trama golpista entre agosto e setembro

Processo entra na reta final com prazos correndo durante o recesso; julgamento será prioridade para a Primeira Turma

O Supremo Tribunal Federal deve iniciar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus entre o fim de agosto e o início de setembro, após o encerramento da fase das alegações finais. O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, determinou que a Procuradoria-Geral da República apresente seus últimos argumentos em até 15 dias, dando sequência ao rito que prevê também as manifestações do delator Mauro Cid e das demais defesas antes do voto do relator ser liberado para análise da Primeira Turma.

Nesse processo, o procurador-geral Paulo Gonet deve manter o pedido de condenação de todos os acusados. Após o parecer da PGR, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que firmou acordo de delação premiada, terá 15 dias para apresentar suas alegações finais, seguidos de mais 15 dias para os advogados dos outros réus enviarem suas manifestações ao STF. Como os prazos contam a partir do recebimento das intimações, as defesas podem protocolar documentos na segunda-feira se o prazo se encerrar no final de semana.

O julgamento é considerado prioritário pelo tribunal, que pretende concluí-lo ainda em 2025 para evitar impactos diretos no calendário eleitoral do próximo ano. Durante as investigações, as defesas apontaram supostas falhas processuais e questionaram a competência do STF, mas o caso avançou após depoimentos, interrogatórios e acareações realizadas, como as de Braga Netto com Mauro Cid e do ex-ministro Anderson Torres com o general Marco Antônio Freire Gomes. Caberá ao ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, definir a data definitiva do julgamento.

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