Acelerar áudios e vídeos pode afetar memória e atenção, aponta estudo

O consumo acelerado de conteúdos digitais, como áudios e vídeos em alta velocidade, pode parecer inofensivo, mas esconde riscos importantes para a saúde mental. Um estudo realizado pela Universidade de Waterloo, no Canadá, demonstrou que essa prática compromete a eficiência do cérebro na hora de processar e armazenar informações. Quando a velocidade ultrapassa o dobro do ritmo normal, o cérebro não consegue acompanhar o fluxo e perde parte significativa do conteúdo.

A pesquisa chama atenção para os impactos desse hábito em atividades que exigem foco mais profundo, como leitura prolongada, estudos ou aulas mais densas. Segundo especialistas, o excesso de estímulos rápidos e condensados acaba reduzindo a tolerância à lentidão, dificultando tarefas cognitivamente mais complexas. A neurologista Francine Mendonça aponta que o cérebro passa a operar em um estado de sobrecarga, o que pode gerar irritabilidade, dificuldade de concentração e falhas de memória.

Para muitos, especialmente estudantes com rotinas atribuladas, assistir a vídeos acelerados parece uma solução eficiente. No entanto, os pesquisadores alertam que isso pode minar a qualidade do aprendizado a longo prazo. O uso constante desse recurso, associado ao consumo exagerado de redes sociais e vídeos curtos, pode prejudicar o desenvolvimento da atenção sustentada, especialmente entre os jovens, grupo mais vulnerável a esse tipo de estímulo.

Diante desse cenário, especialistas recomendam diminuir gradualmente o tempo de exposição a mídias rápidas e valorizar atividades que incentivem a atenção contínua. A leitura profunda, por exemplo, é uma das práticas indicadas para reequilibrar o funcionamento cerebral e preservar a memória. O alerta vale não apenas para estudantes, mas para qualquer pessoa que busca melhorar seu desempenho cognitivo em um mundo cada vez mais acelerado.

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