Acusado por matar policial militar durante abordagem é condenado a 21 anos de prisão em Porto Alegre

Homem foi preso após sentença por participação no homicídio do soldado Luiz Carlos Gomes da Silva Filho, morto em uma abordagem em 2016

Foi condenado a 21 anos de reclusão, em regime fechado, um homem acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por participar do homicídio do policial militar Luiz Carlos Gomes da Silva Filho, ocorrido em segunda-feira, 4 de julho de 2016, em Porto Alegre. O julgamento aconteceu na quinta-feira, 10 de julho, durou cerca de nove horas, e o réu, que respondeu ao processo em liberdade, foi preso imediatamente após a leitura da sentença, sendo recolhido ao sistema prisional.

Segundo o promotor de Justiça João Francisco Ckless Filho, o condenado e um comparsa, já falecido, trafegavam em um veículo roubado, com placas adulteradas. O autor dos disparos morreu em confronto com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de Santa Catarina em 2023. O réu condenado, que na época tinha 18 anos, facilitou o acesso à arma de fogo, colocando-a sobre o banco do carro para que o atirador executasse o policial, além de prestar apoio moral ao comparsa durante o crime.

O Conselho de Sentença reconheceu as duas formas de participação do réu e quatro qualificadoras: dissimulação, perigo comum, prática do crime para assegurar a impunidade de outros delitos (receptação e adulteração de veículo automotor) e homicídio cometido contra policial militar em serviço.

“O MPRS conseguiu demonstrar que o réu, com histórico de atos infracionais praticados com arma de fogo, trafegava em um carro roubado e clonado, sabia que havia arma no veículo e que era previsível um confronto policial. Ainda que não tenha efetuado os disparos, teve participação decisiva na morte do policial militar ao deixar a arma à disposição do atirador. Fez-se justiça à morte de um jovem policial militar que perdeu a vida ao defender a sociedade”, afirmou o promotor João Ckless.

O crime aconteceu na Rua Florinha, Bairro Cavalhada, zona sul da Capital, por volta das 15h30. A vítima, Luiz Carlos, tinha 29 anos e atuava no Serviço de Inteligência da Brigada Militar desde 2009. Ele foi alvejado com três disparos de pistola calibre 9 milímetros e morreu no local. O criminoso já tinha antecedentes por atos infracionais análogos aos crimes de porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. Após o homicídio, foi condenado por tráfico, roubo e porte de arma, cumprindo pena em prisão domiciliar até a sentença desta quinta-feira.

O soldado Luiz Carlos estava sozinho em uma viatura discreta quando identificou o veículo roubado e realizou a abordagem sem apoio. Após sindicância interna, foi considerado “herói” pela Brigada Militar, tendo seu nome inscrito no Panteão da corporação.

Foto: Brigada Militar/Divulgação

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