O trabalho de batimetria para medir a profundidade dos grandes rios do Rio Grande do Sul começou na segunda-feira, 7 de julho, pelo Rio Taquari, em Triunfo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O levantamento faz parte do Plano Rio Grande, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), e tem como objetivo identificar pontos críticos de acúmulo de sedimentos e outras alterações no leito dos rios, principalmente após as enchentes de 2024.
Com investimento de R$ 45,9 milhões, a batimetria vai subsidiar decisões técnicas do Programa Desassorear RS, que integra o Eixo 2 do Plano Rio Grande. A técnica usa ecobatímetro, sonar e antenas GNSS para mapear o perfil submerso dos rios, gerando dados essenciais para modelos hidrodinâmicos mais precisos e emissão de alertas com maior agilidade.
Segundo o analista de infraestrutura da Sema, Fernando Scotta, o levantamento representa um avanço na prevenção de desastres: “Essa coleta é um salto para o desenvolvimento do Estado. Vamos ter um levantamento sistemático por todo o território e permitir que os dados estejam disponíveis e uniformizados para o acesso geral. Isso vai dar agilidade para as empresas e universidades que vão rodar os modelos hidrodinâmicos com insumos já prontos.”
A primeira medição no Rio Taquari apontou profundidade de 13 metros próximo ao clube náutico Ygara, em Triunfo. Além do Taquari, o levantamento incluirá o Guaíba (com sondagens iniciando quarta-feira, 9 de julho), o Baixo Jacuí e o bloco Metropolitano, abrangendo rios como Caí, Sinos e Gravataí. A previsão é concluir as medições em até 180 dias, com os primeiros resultados sendo entregues em dois meses.
Para os moradores ribeirinhos, como Júlia Terezinha Silva da Fonseca, de Triunfo, os dados gerados pelas batimetrias representam maior segurança. “No ano passado, a gente nem ficou sabendo que vinha a enchente e quando vimos a água tomou conta de tudo. É importante a gente saber antes quando vem chuva forte para se preparar melhor. Pelo menos a gente fica mais seguro.”
As informações coletadas também serão usadas para planejamento de gestão de eventos críticos de natureza hidrológica e para o monitoramento de pontos críticos nos rios do Estado, aumentando a capacidade de resposta rápida frente a novas situações de risco.