A Polícia Civil de Esteio revelou, em coletiva de imprensa na quinta-feira, 24 de julho, detalhes chocantes sobre o triplo homicídio que vitimou Kauany Martins Kosmalski, de 18 anos, seu bebê Miguel, de dois meses, e Ariel Silva da Rosa, de 16 anos. A principal linha de investigação aponta que o bebê pode ter sido jogado ainda com vida sobre os corpos da mãe e do amigo, em uma tentativa de ocultação dos cadáveres. O crime teria sido premeditado pela esposa de um “pai de santo”, por ciúmes, e contou com a participação ativa de dois adolescentes que viviam com o casal, sendo um deles apontado como mentor.
Segundo a delegada Marcela Smolenaars, titular de Esteio, a causa da morte do bebê Miguel ainda não foi determinada, mas a investigação trata o caso como triplo homicídio quadruplamente qualificado. As qualificadoras incluem motivo fútil, meio cruel (diversas facadas), traição e emboscada, além de ter sido cometido para assegurar a impunidade de outro crime — a violação sexual mediante fraude, já que o líder religioso teria se relacionado com Kauany quando ela ainda era menor de idade. Essa relação é investigada, e a confirmação de que ele é o pai do bebê pode agravar as imputações.
A frieza e a ausência de remorso dos autores, especialmente dos adolescentes, chocaram os investigadores. O delegado regional de Canoas, Cristiano Reschke, destacou que o homem exercia forte controle emocional sobre os jovens, que o reverenciavam como figura espiritual e paternal. A Polícia Civil aguarda laudos periciais sobre a causa da morte do bebê e exames de DNA para confirmar a paternidade. Novas buscas resultaram na localização dos chinelos da vítima, mas as facas utilizadas no crime ainda não foram encontradas. O inquérito segue em sigilo.