Casos de síndrome respiratória aguda grave caem na maioria dos estados, mas ainda preocupam entre idosos

Fundação Oswaldo Cruz alerta para importância da vacinação, especialmente entre crianças e idosos, principais grupos afetados
O boletim InfoGripe, divulgado na quinta-feira, 17 de julho, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela queda nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maior parte do país, embora os números ainda estejam em patamares elevados. Os dados mostram que crianças pequenas e idosos seguem como os grupos mais vulneráveis.
Nas crianças, o vírus sincicial respiratório (VSR) continua sendo o principal causador de SRAG, seguido pelo rinovírus e a influenza A. Já entre os idosos, a influenza A lidera as hospitalizações e óbitos.
Desde o início de 2025, o Brasil registrou 7.660 mortes por SRAG, sendo 4.112 (53,7%) causadas por vírus respiratórios. A influenza A responde por 54,7% dos óbitos confirmados, seguida pela Covid-19 (23,3%), VSR (10,7%), rinovírus (10,2%) e influenza B (1,7%).
A pesquisadora Tatiana Portella, do InfoGripe, destacou que, apesar da redução em diversos locais, os casos permanecem altos. “A vacina contra a gripe é fundamental para reduzir os casos graves provocados pelos vírus”, reforçou.
Cenário por região
Apesar da tendência de queda ou estabilidade em todas as 27 unidades da federação nas últimas seis semanas, a maioria dos estados ainda registra níveis de alerta ou alto risco. Os estados com maior atenção incluem:
- Norte: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima;
- Nordeste: Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe;
- Centro-Sul: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Roraima é o único estado com aumento de SRAG em crianças pequenas, associado ao VSR. Na Paraíba, cresce o número de casos entre idosos, relacionados à influenza A. Em Alagoas, o VSR também causa alta entre crianças.
Minas Gerais e Pará mostram sinais de retomada do crescimento entre idosos, mas ainda não se sabe qual vírus está por trás. No Rio de Janeiro, foi detectado leve aumento de SRAG por Covid-19 em idosos, sem impacto significativo nas hospitalizações.
Vacinação continua sendo a principal estratégia de prevenção, especialmente para idosos e imunocomprometidos, que devem receber doses de reforço a cada seis meses.