Roca Sales, cidade duramente afetada pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul, quer dar um novo rumo ao turismo local com um projeto ambicioso: a construção de uma réplica da Arca de Noé. A iniciativa, proposta pela Associação Amigos Reconstruindo Roca Sales (AARRS), pretende transformar o município do Vale do Taquari em um polo de turismo religioso. Segundo os organizadores, a arca será semelhante às proporções descritas no Antigo Testamento, com cerca de 150 metros de comprimento e 13 metros de altura. O local escolhido, ainda em avaliação, deverá permitir uma vista privilegiada para o Rio Taquari e o Cristo Protetor de Encantado, reforçando a simbologia de renascimento após a tragédia.
A estrutura será feita majoritariamente de concreto, com acabamento externo que imita madeira e interiores em madeira real. O plano inclui não apenas a arca, mas também um museu sobre a enchente, uma cafeteria, restaurantes e até uma vinícola. Os responsáveis pelo projeto já registraram oficialmente a marca “Arca de Noé de Roca Sales”, com investimento inicial de R$ 7 mil, e contam com o arquiteto Jonas Haefliger para o desenvolvimento do empreendimento. A obra, que deverá levar de quatro a cinco anos para ser concluída, será financiada exclusivamente pela iniciativa privada, sem uso de recursos públicos.
Para o prefeito Jones Wunsch, conhecido como Mazinho, o projeto representa uma ideia ousada e promissora. Ele destaca que não haverá verba pública envolvida e que o foco da prefeitura segue sendo a reconstrução urbana. Ainda assim, reconhece o potencial do turismo religioso para fortalecer a economia local e confirma articulações para incluir Roca Sales na Rota do Pão e do Vinho, que pretende ligar municípios do Vale dos Vinhedos ao Vale do Taquari por meio de 60 km de estrada asfaltada. A intenção é criar uma rota de peregrinação que una atrações como o Cristo Protetor de Encantado, o Rosário em Muçum e a futura arca, consolidando a região como destino de fé e contemplação.