Crochê e capeletti: oficinas no Bailado Gaúcho enaltecem a cultura italiana

Sábado, 19 de julho. Não era dia de ensaio, mas a sede do Bailado Gaúcho estava particularmente movimentada. No salão, um grande círculo de cadeiras e muitos alunos ansiosos, empunhando linhas e agulhas, davam sinais de que a aula de crochê, carinhosamente ministrada por Danuza Comunello e Marlene Colla, seria um sucesso.
Um pouco mais perto da cozinha, acomodados em uma longa mesa de madeira, outros tantos aprendizes vestiam suas toucas e aventais e esperavam a demonstração da senhora Ivete Teresa Comunello De Conto, para aprender a dobrar a massa com cuidado, finalizando, um a um, cada capeletti e buscando a perfeição naqueles chapeuzinhos que nossas nonas se dedicavam a fazer.
Entre pontos desajeitados, carreiras desfeitas e novas tentativas, o resultado das oficinas promovidas pelo Bailado Gaúcho dentro da temática desta edição do Festival Internacional de Folclore – que celebra os 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul – foi o sentimento de pertencimento e a certeza de que é preciso manter vivas as tradições pois são elas que contam a nossa história.
No final do dia, todos puderam se deliciar com uma tradicional sopa de capeletti, produzida a muitas mãos.
Dos mais pequeninos aos mais experientes: juntos
Trabalhar, rezar, comer. As famílias italianas sempre valorizaram a ideia de fazer juntos. Segundo Ivete de De Conto, que ministrou a oficina de capeletti, essa é uma tarefa que ela aprendeu com seus pais e avós, e era uma atividade realizada geralmente à noite, quando todos estavam reunidos. Dona Ivete ensinou as filhas e netas e também se dedica a ensinar esse ícone da gastronomia italiana a quem mais desejar aprender. “É assim que a história se mantém viva, passando os ensinamentos de geração em geração”, conclui com sabedoria.
Foi com esse mesmo espírito, o de “fazer juntos”, e inspirados no artesanato das nonas, que o Festival 2025 lançou o projeto da Colcha da Solidariedade e convidou a comunidade pratense, especialmente por meio das entidades culturais, e também os municípios vizinhos através das suas prefeituras, a confeccionarem pequenos quadradinhos de crochê (12×12 cm).
Unidos, esses quadradinhos farão parte da decoração do Festival, aquecendo nossos corações com as mais lindas memórias afetivas. Mais tarde, esse artesanato se transformará em mantas coloridas e quentinhas que serão doadas e seguirão aquecendo a vida de outras pessoas.
Quem quiser produzir o seu quadradinho de amor e fazer parte dessa grande colcha de solidariedade pode entregá-lo às segundas-feiras à tarde, na sede do Bailado Gaúcho.
Com o tema “O Verdadeiro Amor Nunca Morre”, a 21ª edição do Festival Internacional de Folclore de Nova Prata acontece de 3 a 7 de setembro de 2025. Em breve, mais informações sobre a venda de ingressos.








