Descoberta de nova organela revela sistema de reciclagem nas células humanas
Cientistas identificam estrutura inédita que pode revolucionar tratamentos contra doenças neurodegenerativas

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, revelou uma organela até então desconhecida no corpo humano. Batizada de hemifusomo, essa estrutura atua como uma central de organização celular, responsável por separar, empacotar e transportar substâncias essenciais para o funcionamento das células, funcionando como uma verdadeira “usina de reciclagem” microscópica.
Graças à tecnologia de tomografia crioeletrônica, que congela células vivas para observação em 3D, os cientistas conseguiram enxergar o hemifusomo em ação. Antes invisível para as técnicas tradicionais, ele se mostrou uma espécie de “doca de carga” das células, onde pequenas vesículas carregam e descarregam materiais indispensáveis, garantindo a organização interna e a eficiência do metabolismo celular.
A descoberta foi publicada na revista científica Nature Communications e trouxe entusiasmo para a comunidade médica e científica. Quando o hemifusomo falha, há risco de surgimento de doenças graves, como Alzheimer e Parkinson, além de síndromes genéticas raras, devido ao transporte celular comprometido. Compreender o papel dessa organela pode abrir caminhos para novos tratamentos e até estratégias de prevenção no futuro.
Para o pesquisador Seham Ebrahim, autor do estudo, encontrar uma organela inédita é um marco raro na biologia e amplia significativamente o conhecimento sobre o corpo humano. O funcionamento correto do hemifusomo é vital, já que ele impede o acúmulo de substâncias em locais inadequados ou a ausência de compostos essenciais, mantendo a saúde celular em equilíbrio.