Em meio ao nevoeiro denso, escuridão total e temperatura negativa, equipes de resgate atuaram durante horas para localizar Bianca Bernardon Zanella, de 11 anos, que caiu no Cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, na tarde de quinta-feira (10). Segundo informações do Jornal Pioneiro, o médico João Eugenio, do Serviço Aeromédico de Santa Catarina, relatou que sua equipe chegou ao local por volta das 15h, sendo a primeira a alcançar a região após acionamento do Corpo de Bombeiros. O acesso era extremamente difícil, com vegetação densa e visibilidade quase nula, o que exigiu o desembarque parcial da equipe para deixar a aeronave mais leve e montar uma base improvisada no terreno.
A localização da vítima só foi possível com uso de tecnologia térmica, quando, por volta das 17h30min, um drone identificou variação de temperatura indicando um corpo humano. Mesmo com a confirmação, o resgate não pôde ser feito por rapel aéreo, pois a posição em que a menina estava era coberta por rochas, impossibilitando qualquer aproximação vertical. Enquanto isso, as equipes gaúchas se organizavam para iniciar a operação terrestre, contando com material especializado para resgate em altura e operações noturnas. O frio intenso, abaixo de zero, dificultava ainda mais cada movimento dos profissionais.
O corpo de Bianca foi retirado já durante a noite, utilizando uma maca especial de ribanceira, após a descida de um operador de resgate. A operação foi concluída por volta das 23h, quase dez horas após a queda. O Cânion Fortaleza, que faz parte do Parque Nacional da Serra Geral, tem 7,5 km de extensão, altitude de 1.157 metros e é administrado pela iniciativa privada desde 2021. O local é um dos destinos mais visitados da região e, em dias claros, possibilita a visão de cidades do litoral gaúcho e catarinense, como Torres e Sombrio.