Ex-coordenador do Procon de Passo Fundo é indiciado por peculato após desviar dinheiro de idosos

Servidor público teria se aproveitado da vulnerabilidade das vítimas para realizar transferências bancárias indevidas usando seus celulares

A Polícia Civil indiciou o ex-coordenador do Procon de Passo Fundo pelo crime de peculato, caracterizado pela apropriação indevida de valores por parte de servidor público. Conforme as investigações, ao menos sete vítimas foram lesadas entre os meses de fevereiro e abril deste ano.

Segundo a apuração, o servidor atendia principalmente idosos que buscavam o Procon por conta de descontos indevidos em contas bancárias ou outras dificuldades financeiras. Aproveitando-se da confiança das vítimas, ele pedia seus celulares, acessava aplicativos bancários e realizava transferências de dinheiro para contas de terceiros. Em um dos casos, chegou a ir até a residência da vítima para conseguir a senha bancária.

A investigação foi conduzida pelo Cartório do Idoso da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, em Passo Fundo. De acordo com o delegado Mario Pezzi, sete inquéritos foram remetidos ao Judiciário. “A investigação durou cerca de três meses. Entendemos que está caracterizado o crime de peculato, visto que o investigado é funcionário público. Embora ele tenha se apropriado de bens de particulares, a condição de servidor público qualifica o crime como peculato”, explicou o delegado.

Durante o inquérito, o ex-coordenador confessou as transferências indevidas, alegando que os atos foram motivados por um vício em jogos, que resultou em acúmulo de dívidas.

Procurado pela reportagem, ele lamentou suas ações, afirmou estar em tratamento psiquiátrico e psicológico para ludopatia e garantiu ter ressarcido todas as vítimas.

A Prefeitura de Passo Fundo, por meio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Adolfo de Freitas, informou que o servidor foi exonerado do cargo assim que as denúncias vieram à tona. A administração municipal destacou ainda que nenhuma vítima acionou judicialmente o município para fins de ressarcimento. O investigado ocupava um cargo de confiança no Procon.

Com informações da Rádio Uirapuru.