Exportações em xeque: empresas da Serra Gaúcha enfrentam tarifa de 50% e temem demissões em massa

Comércio entre Brasil e EUA entra em zona crítica e paralisa negócios no setor industrial do Rio Grande do Sul

A iminente taxação de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, marcada para entrar em vigor em 1º de agosto, já provoca efeitos devastadores na indústria do Rio Grande do Sul. Empresas da Serra Gaúcha começaram a adotar medidas emergenciais, como férias coletivas e paralisações, na tentativa de conter os impactos da medida anunciada por Donald Trump. O receio é de que a alta da tarifa prejudique diretamente as exportações, que hoje representam quase 19% do faturamento industrial do estado. Um levantamento da Fiergs projeta uma perda de R$ 1,92 bilhão no PIB gaúcho, atingindo principalmente os setores de transformação, metalurgia, móveis e cerâmica.

O polo moveleiro de Bento Gonçalves, que exporta quase metade de sua produção para os EUA, já vê negócios suspensos. Empresas com remessas prontas estão travando embarques, enquanto outras enfrentam o cancelamento de pedidos. O setor teme que o impacto ultrapasse os limites do mercado norte-americano e reverbere em outras economias interligadas. Na indústria de robótica, por exemplo, a Dalca Brasil já suspendeu negociações nos EUA e cogita transferir parte da produção para solo americano, na tentativa de manter presença no mercado. O CEO Bruno Dal Fré admite que a empresa pode ficar temporariamente fora do radar comercial internacional.

Entidades empresariais e industriais como CIC, Simecs e Sindmóveis demonstram preocupação com o cenário e pressionam por negociações diplomáticas urgentes. Embora haja expectativa de que Brasil e EUA cheguem a um entendimento, a instabilidade já sufoca o planejamento estratégico das empresas, derruba projeções e ameaça postos de trabalho. Representantes do setor apontam que até pequenas fábricas, inseridas na cadeia produtiva de exportadores, podem ser obrigadas a reduzir operações ou fechar as portas. Para o comércio internacional gaúcho, a palavra de ordem é sobrevivência — em meio a um cenário imprevisível e volátil.

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