Frei Gilson, religioso que foi envolvido em polêmicas durante a Quaresma, inicia os 40 dias com São Miguel Arcanjo no próximo mês

Frei Gilson é amplamente conhecido na internet por reunir milhares de pessoas para rezar o Rosário durante a madrugada. Na última Quaresma, o religioso foi envolvido em polêmicas após declarações que repercutiram negativamente entre grupos políticos. Algumas das falas que geraram controvérsia foram: a afirmação de que “as mulheres foram criadas para curar a solidão do homem” e a preocupação para que “os erros da Rússia” não assolassem o Brasil — em referência ao comunismo. As declarações causaram repercussão principalmente entre setores da esquerda, que passaram a acusá-lo de ser “fascista” e “bolsonarista”.
Apesar das críticas, Frei Gilson dará início no próximo mês a um novo projeto espiritual: “40 Dias com São Miguel”. A proposta consiste em 40 dias de orações, incluindo o Rosário, que serão rezadas diariamente das 3h50 às 6h00 da manhã, entre os dias 15 de agosto e 29 de setembro. Segundo o frei, serão dias dedicados à penitência, oração e caridade, com o objetivo de alcançar grandes graças. O projeto será transmitido pelo canal do YouTube e redes sociais do Frei Gilson, além de contar com a participação de alguns canais de televisão.
O que diz a doutrina da Igreja sobre as acusações contra Frei Gilson?
A reportagem da Studio buscou compreender o que ensina a Doutrina Católica sobre os temas citados.
Comunismo
O Catecismo da Igreja Católica é claro em sua posição:
“A Igreja rejeitou as ideologias totalitárias e ateias associadas, nos tempos modernos, ao ‘comunismo’ ou ao ‘socialismo’” (n. 2425).
Mulheres
Em uma de suas pregações, Frei Gilson afirmou:
“É claro ver que Deus deu ao homem a liderança. Isso está na Bíblia. A guerra dos sexos é ideologia pura. Para curar a solidão do homem, Deus fez você [mulher]. Deus faz uma promessa para Adão: ‘eu vou fazer alguém para ser sua auxiliar’. Aqui você já começa a entender a missão de uma mulher. Ela nasceu para auxiliar o homem.”
A submissão feminina é tema frequente de debate. No entanto, São João Paulo II, em sua Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, esclarece:
“Todas as razões a favor da ‘submissão’ da mulher ao homem no matrimônio devem ser interpretadas no sentido de uma ‘submissão recíproca’ de ambos ‘no temor de Cristo’.”
Assim, a Igreja ensina que tanto o homem quanto a mulher são chamados à entrega mútua e à vivência da fé em Cristo, sendo a mulher também exemplo de religiosidade, virtude e dignidade.