O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 8 de julho, que as casas de apostas virtuais devem pagar mais impostos no Brasil, assim como ocorre com cigarros e bebidas alcoólicas.
“O governo anterior tratou as bets como se fosse a Santa Casa de Misericórdia, sem cobrar um centavo de impostos das bets durante quatro anos. Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?”, questionou o ministro em entrevista.
Haddad defendeu que o setor seja regulamentado de forma mais rigorosa. “Para mim, tem que tratar as bets na linha do que é o cigarro e a bebida alcoólica. É uma coisa difícil de administrar e há vários casos na história de que, quando proíbe, piora. Temos que enquadrar esse setor de uma vez por todas”, afirmou.
Segundo ele, medidas que preveem maior taxação das bets são importantes para garantir equilíbrio fiscal. “Nosso objetivo é um só: depois de 10 anos estamos buscando resultados fiscais robustos para garantir que a economia continue crescendo, com baixo desemprego e inflação em queda. Mas a impressão que dá é que tem algumas pessoas querendo sabotar o crescimento econômico do país a troco da eleição do ano que vem”, disse.
Durante entrevista ao portal Metrópoles nesta terça-feira, Haddad também comentou o impasse sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, suspender decretos do Executivo que elevavam o imposto e o decreto do Congresso que derrubava a medida. O STF marcou audiência de conciliação entre governo e Congresso para segunda-feira, 15 de julho, em Brasília.
“Esse Fla-Flu não interessa a ninguém. Não vejo as coisas assim. Prefiro pensar institucionalmente”, afirmou o ministro, descartando clima de disputa com o Legislativo. Ele destacou que manterá diálogo com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para evitar conflitos. “Quando um não quer, dois não brigam. E nós não vamos brigar porque, no caso, nenhum dos dois quer brigar. Nunca saí de uma mesa de negociação. E só saio com acordo”, disse.
Haddad também demonstrou otimismo quanto à aprovação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil. O ministro afirmou que o deputado Arthur Lira, relator da proposta, tem se reunido frequentemente com o governo. “Eu acredito que esse projeto será aprovado com larga margem de apoio”, concluiu.