Inverno perde força no Cone Sul: frio extremo dá lugar a temperaturas mais amenas

O inverno começou de forma severa no Cone Sul, trazendo temperaturas históricas e neve em regiões pouco acostumadas com o fenômeno. A Argentina, por exemplo, registrou neve em 16 das 23 províncias, incluindo a maior nevada em mais de dez anos em Córdoba e Mendoza, além de temperaturas que chegaram a -1,9°C em Buenos Aires, a menor mínima desde 1991. No Uruguai, Montevidéu teve máxima de apenas 5,8°C no fim de junho, marca que não ocorria há quase seis décadas. Já no Brasil, o frio chegou ainda em maio, com neve no Sul e mínimas que atingiram -10°C em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina.
Mesmo com esse início rigoroso, a tendência aponta para uma segunda metade de inverno menos intensa, segundo a MetSul Meteorologia. Modelos climáticos europeus e norte-americanos indicam que julho e agosto terão temperaturas mais próximas ou acima da média histórica, principalmente na segunda quinzena de julho, quando há previsão até de tardes mais quentes para a época do ano. Contudo, agosto ainda poderá registrar novas incursões de ar polar, embora sem a força vista no fim de junho e no começo de julho.
Entre 1º de junho e 5 de julho, o Rio Grande do Sul acumulou 22 dias com mínimas negativas, representando 63% do período. Porto Alegre registrou média de 13,3°C em junho, valor inferior ao padrão histórico e similar aos junhos mais frios desde 2001. Santa Maria teve média de 11,6°C, sendo o junho mais frio desde 2016, enquanto Bagé fechou o mês com média de 10°C, nível que não era visto desde 1996, confirmando o início de inverno especialmente gelado.
Apesar da expectativa de temperaturas mais amenas nas próximas semanas, o frio ainda não se despede do Cone Sul, e os meteorologistas alertam que haverá muitos dias gelados pela frente. A MetSul destaca que o padrão climático global favorece também episódios tardios de frio intenso durante a primavera, mostrando que o inverno de 2025 ainda reserva surpresas e não permitirá guardar os casacos tão cedo.