Lula critica aumento de gastos militares da Otan durante abertura da cúpula do Brics no Rio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou neste domingo, 6 de julho, na 17ª Cúpula do Brics, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Durante sua fala, Lula afirmou que o encontro acontece em um momento de “cenário global mais adverso, com número inédito de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial”. O presidente defendeu que os países priorizem investimentos em paz em vez de ampliar gastos militares.

Lula criticou a decisão recente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de aumentar os gastos com defesa, alegando que essa medida alimenta a corrida armamentista. “É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento”, disse. Segundo ele, os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não são disponibilizados por falta de prioridade política.

No discurso, o presidente brasileiro disse que o mundo presenciou o “colapso do multilateralismo” e criticou o Conselho de Segurança da ONU, apontando sua “perda de credibilidade e paralisia”. Lula voltou a defender a reforma do conselho para garantir maior representatividade global, destacando que o Brics, pela sua diversidade, tem condições de promover a paz, prevenir e mediar conflitos no cenário internacional.

O Brics reúne atualmente 21 países do Sul Global, incluindo membros e parceiros. Entre os objetivos do grupo estão fortalecer a cooperação econômica, política e social e ampliar a influência das nações em desenvolvimento na governança mundial. O Brasil assumiu a presidência do bloco em 1º de janeiro de 2025. Na cúpula deste ano, os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping não vieram ao Brasil; Putin participou remotamente, e Xi Jinping enviou o premiê chinês para representá-lo no evento.