Lula critica silêncio dos EUA enquanto Trump mantém tarifaço contra Brasil

Com a entrada em vigor do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros já marcada para esta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta, sem sucesso, estabelecer diálogo com os Estados Unidos. Em sua primeira entrevista ao The New York Times em mais de uma década, Lula revelou que designou autoridades de alto escalão, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros da Economia e Agricultura, para buscar interlocução com o governo americano. No entanto, segundo ele, nenhuma autoridade dos EUA demonstrou disposição para conversar, o que tem impedido qualquer avanço nas negociações.

Mesmo diante dos esforços diplomáticos do Brasil, Donald Trump reafirmou que o prazo para as novas tarifas não será prorrogado. Em sua rede social Truth Details, o presidente norte-americano declarou que o dia 1º de agosto será “um grande dia para a América”, ignorando os apelos por diálogo feitos por diversos países afetados pela medida. Lula, por sua vez, criticou a postura de Trump e o chamou de “imperador”, afirmando que não aceitará uma abordagem de submissão nas tratativas internacionais, rejeitando a ideia de um país pequeno se curvando a um país maior.

Além das medidas contra o Brasil, Trump anunciou nesta quarta-feira novas tarifas contra a Índia, alegando que o país asiático será penalizado por manter relações comerciais com a Rússia. A sobretaxa de 25%, somada a uma multa, também começará a valer em 1º de agosto. Segundo o presidente americano, a Índia impõe barreiras comerciais rigorosas e tem preferido negociar com Moscou mesmo diante da pressão internacional para que a Rússia encerre a guerra na Ucrânia. “Tudo isso não é bom”, escreveu Trump, reforçando sua estratégia de sanções comerciais em nome da política externa dos EUA.